Críitica: Morte no Funeral

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Existem diretores que não conseguem fazer filmes ruins. Não, eu não vou citar Spielberg, Lucas, Scorcese ou Copolla (apesar de gostar destes diretores), mas sim um gigante da tv e cinema que não é tão reconhecido quanto os demais colegas de profissão.

Frank Oz teve um inicio de carreira no mínimo curioso. Não vou me alongar em seus trabalhos, mas todos conhecem sua atuação com marionetes nos Muppets (a voz da Miss Pig é sensacional) e Sesame Street, além dos filmes "oitentistas" Cristal Encantado (Dark Crystal) e Labirinto (Labyrinth) com David Bowie e Jennifer Connelly. E não termina por aí, Frank Oz é responsável nos últimos 30 anos pela criação do personagem Yoda de Guerra nas Estrelas (Star Wars), tanto do boneco quanto da voz que insiste em falar ao contrário.

Como diretor, Frank Oz possui obras memoráveis como a versão mais nova de A Pequena Loja de Horrores (lembram da planta Audrey?), Nosso Querido Bob (com Bill Murray), Os Safados (Dirty Rotten Scoundrels) com Michael Caine e Steve Martin, A Chave Mágia (Indian and the Cupboard), Mulheres Perfeitas (Stepford wives), entre outros. Mas o que me trás hoje a escrever é o último filme, Morte no Funeral (Death at a Funeral), uma das melhores comédias que vi nos últimos 10 anos. Assim como todas as comédias, esta segue clichês básicos de Hollywood, mas quando você tenta dizer o que vai acontecer na cena seguinte, adivinhe só, você está completamente errado!!! Surpresas atrás de surpresas, Frank Oz surpreende com um elenco fantástico de atores, na maioria ingleses, e um humor negro impécável.

Infelizmente, os americanos não conseguem ver um filme estrangeiro fazer sucesso (neste caso inglês)m que já querem fazer um remake para os "idiotas" comedores de pipoca assistirem. É um pecado, mas Morte no Funeral será transformado em um filme hollywoodiano com o pior escalão dos atores afro-americanos, entre outros, Chris Rock, Tracy Morgan e Martin Lawrence protagonizam, enquanto a lista de coadjuvantes inclui Loretta Devine, Ron Glass, Danny Glover, Regina Hall, James Marsden, Zoe Saldana e Columbus Short. Mais uma vez o americano falha em nos mostrar que o americano comum não é estípido... Se é preciso mastigar um filme europeu pra eles entenderem, fazer o que né? Se bem que muitos tecnocratas e comedores de pipoca preferem um filminho mais boboca...

A ansiedade de comentar as cenas (da fantástica versão inglesa) é grande, mas posso estragar o filme contando mesmo que o mínimo. Você não vai encontrar este filme em Cinemark ou Kinoplex, procure nas Estações de cinema e unidades Arteplex na sua cidade. Fiquem com o trailer e não percam Morte no Funeral!!

+ Continue a ler este texto

O Cabelo de Louise Brooks

domingo, novembro 25, 2007

Para quem anda me perguntando quem é a mulher da imagem de fundo deste Blog, seu nome é Louise Brooks, atriz do cinema mudo americano, na época em que personalidades como Rodolfo (Rudolph) Valentino e Greta Garbo lotavam salas de cinema. Louise Brooks é um ícone do século XX, e seu cabelo uma marca.

A americana nascida no Kansas em 1906 foi bailarina nos musicais de Ziegfeld e estrelou 24 filmes entre 1925 e 1938. Neste período foi uma das atrizes mais famosas do mundo, sendo o seu filme mais famoso A Caixa de Pandora. Realizado na Alemanha em 1929 por G.W.Pabst, A Caixa de Pandora mostra a sensual Lulu (Louise) que se apaixona por uma Condessa (Garbo). Diz-se que nesse período Louise teve um caso com Greta Barbo. O filme foi um fracasso de bilheteria tanto na Alemanha quanto nos EUA, onde a interpretação de Louise foi considerada fraca por ser natural demais. Hoje é um dos maiores clássicos do cinema mudo.

Louise decidiu investir em sua carreira européia, mas realizou apenas outros dois filmes com Pabst e René Clair. Na sua volta para casa Hollywood a desprezou renegando-a a pequenos papéis em filmes B. Após anos de ostracismo e quase pobre, a bela e inteligente Brooks tornou-se escritora, escrevendo artigos nos anos 50, 60 e 70 para várias revistas de cinema. Em 1982 lançou o best seller Lulu em Hollywood, pouco antes de sua morte em 1985 na cidade de Rochester, Nova York.

Ultimamente, com seus filmes restaurados e lançados em DVD, com especiais na TV sobre sua vida e trabalho, e sites da Internet dedicados à ela, existe uma clara tentativa de reencontrar a magia e o fascínio que ela exerceu como nenhuma outra atriz do cinema. Talvez ela esteja finalmente começando a receber o merecido crédito por sua carreira e por sua coragem em ter sido a primeira mulher a desafiar os tubarões de Hollywood.

Louise é uma das minhas atrizes favoritas na história do cinema ao lado de Bettie Page, Lauren Bacall, Romy Schneider, e mais recentes como Zooey Deschanel, Chloe Sevigny e Jena Malone. O perfil de Louise é o símbolo da distribuidora brasileira Pandora Filmes (veja o link ao lado), e a banda OMD gravou em 1991 (inicio da minha adolescência) um vídeo inspirado em Louise Brooks onde estão diversas cenas extraídas do filme Pandora's Box.

+ Continue a ler este texto

Crítica: Leões e Cordeiros

sexta-feira, novembro 23, 2007

Uma pena que os bobões que frequentam cinema só por causa de propaganda e passatempo nem verão este filme. Nós sempre desconfiamos um pouco quando um ator resolve sentar na cadeira de diretor e começar uma carreira por trás das câmeras. Porém, muitos provaram que esta idéia errônea não se aplica em alguns casos. Robert Redford, Clint Eastwood (Cartas de Iwo Jima e Conquista da Honra), Sylvester Stallone e até alguns mais recentes como Zachary Braff (da série Scrubs, diretor de Garden State - Hora de Voltar), fizeram ótimas películas renovando o verdadeiro cinema, indo contra os clichês e fórmulas de fácil assimilação de Hollywood.

Durante o tempo do filme, 3 histórias acontecem em paralelo mostrando a hipocrisia, o descaso e a falta de engajamento da sociedade em geral, políticos, estudantes, professores e do povo. Não é o político o responsável pelo mal, pelas escolhas erradas, a falta de visão social do povo e a distorção e afastamento da realidade é a culpada pela condição do mundo.

A primeira história trata de um aluno inadimplente que insiste em faltar aulas mesmo tirando notas altíssimas nas provas. O professor (Robert Redford) dá uma lição de moral, mostrando não só sua preocupação com o aluno, mas a sua revolta com a banalização, com a forma como o estudante trata os acontecimentos do mundo e de seu país. A segunda história é uma jornalista (Meryl Streep) que revisita os seus valores e do jornal onde trabalha, após falar com um senador (Tom Cruise) responsável por ofensivas militares no Afeganistão. A terceira história são dois alunos do professor interpretado por Redford que por sua condição de "Outsiders" em uma universidade de estudantes ricos e brancos, se alistam no exército para mostrar que se importam, acabando ambos no Afeganistão.

Me surpreendi com este filme. Não chega aos pés de Todos os Homens do Presidente (além de ser totalmente ficcional) nem de Os 13 Dias que Abalaram o Mundo ou JFK, mas possui boas tiradas, partes para refletir e discutir e ainda, não insere no conteúdo da filmagem nenhum clichê barato de Hollywood como fez Babel, Crash ou Traffic (você sabe, clichês sobre ricos, pobres, preconceito, descaso, etc.). O fim não tenta explicar o filme, o que foi ótimo para o tema pois deixa ao espectador tirar suas próprias conclusões sobre: Qual a razão para viver? Qual a razão para morrer? Qual a razão para lutar? Qual a razão para resistir? ("quotando" o filme)

Vale a pena, não perca Leões e Cordeiros (Lions for Lambs) da 20th Century Fox, um filme bom entre tantas porcarias no cinema ultimamente. Aproveite enquanto pode, pois 2008 promete ser o pior ano do cinema nesta década por causa da greve de roteiristas (em andamento), atores e diretores (ano que vem). Para maiores informaçoes sobre a greve consultem os links ao lado sobre o Writers' Guild. Abraços a todos, keep the faith in the big screen!

Site oficial: http://www.lionsforlambsmovie.com

+ Continue a ler este texto

Crítica: Licença para Casar

quinta-feira, setembro 06, 2007

Você nunca imagina que um ator como Robin Williams fará um filme ruim, e aí chega Licença para casar. Uma imensa sequencia de clichês com elementos desgastados que você já vê em todas as comédias românticas, o que dá ao espectador uma sensação de "eu sei o que vai acontecer em seguida".

Não leve a mal, alguns atores como Mandy Moore, são iniciantes e podem melhorar no futuro, mas Robin não deveria fazer um filme assim (será que está precisando de dinheiro?). Um filme que você pode dizer sem dúvidas que foi "transformado por executivos de estúdio", aqueles burocratas que não acreditam em idéias originais e preferem garantir a bilheteria com fórmulas que já funcionam (e ainda fazem o favor de colocar todas as fórmulas no mesmo filme, assim nem Mãe Diná aguenta a quantidade de coisas previsíveis!).

Por exemplo, o padre que tenta ser engraçado, a criança que age como adulto, os robôs bebês que vomitam, peidam e arrotam, todo mundo dançando no final do filme, cenas dos bastidores (meu Deus, toda comédia agora precisa ter esse treco? Guarde para o DVD!) e principalmente algumas cenas que não fazem sentido no decorrer da história (como o garotinho arrombando um apartamento vestido como um bandido de desenho do Pica-pau).

A não ser que você queira medir o seu conhecimento de clichês de filme, não veja Licença para Casar. Guarde o dinheiro para ver outro filme (até por que o preço do cinema no Brasil já é um assalto) . Deus, como sinto falta das comédias dos anos 80.

Site oficial:http://licensetowedthemovie.warnerbros.com/
Site oficial Brasil:http://wwws.br.warnerbros.com/licensetowed/

You never think that an actor such as Robin Williams will do a bad movie, and then comes License to Wed. It doesn't even work as entertainment. It's a sequence of cliches, stuff that you 've already seen in all romantic comedies giving the film a sense of "I know what will happen next".

Don't take me wrong, of course the actors are begginers and they can improve in the future, but Robin shouldn't be doing a film like that. A film that you can say without a doubt, a film guided totally by executives, studio burocrats and dumb director and writers that only repeat formulas that made sucess in the past.

For example, the priest that tries to be funny, the kid that acts like a grownup, the robot babies, everyone dancing in the end (that really sucks on comedies), showing backstage in the end (save it for the DVDs guys!),and much more, specially scenes that don't make sense in the flow of the script.

Please, unless you want to measure your knowledge on romantic comedies like a psych telling what will happen next, save yourself from that movie, spare the ticket money and go see another movie such as Evan Almight (a studio movie but with a lot of surprises). Or wait friends! 'Cos this is one of he most terrible times I have ever seen in movies... Nothing good to watch and nothing that will last forever. God, I miss the 80s!

+ Continue a ler este texto