Crítica: Indiana Jones e a Caveira de Cristal

sábado, maio 24, 2008

Sem dúvida Harrison Ford e Karen Allen estão velhos, mas isso não é motivo para não se fazer um ótimo Indiana Jones. O filme, até certa parte, trás toda a emoção, aventura e gags de um verdadeiro filme de Indiana Jones. Até o fato de lidar com o Puc (Puc é como Spielberg chamava seu "E.T." cabeçudo de Contatos Imediatos do 3º Grau), não estragou o inicio da aventura, pois a mensagem alienigena estava apenas implicita com um Dr. Jones sempre descrente das teorias de Cate Blanchet. Misticismo e sobrenatural sempre estiveram presentes nos filmes de Indy (a Arca da Aliança, o Templo da Perdição e o Santo Graal), mas neste eles se superaram no mau gosto.

Claro que há exageros como Shia LeBouf virando o personagem de Edgar Rice Burroughs (Tarzan seus incultos!) , a queda nas cachoeiras (pelo amor de Deus, nem tentaram disfarçar que filmaram em Foz do Iguaçu, pior que isso só as ruínas de Petra/Jordânia na Última Cruzada), as piadas previsíveis, os tiroteios que não acertam ninguém e a explosão nuclear (totalmente desnecessária), mas dá pra engolir e é um filmaço de Indiana Jones até que eles chegam no templo. Daí a coisa foge de controle...

Sei que é dificil manter um estilo antigo (afinal como artista, como você vai fazer a mesma arte de anos atrás? É impossível lembrar o seu conhecimento ou feeling a 15 anos, sempre vai ter algo de novo incomodando), mas trazer as caracteristicas de um blockbuster do ano 2000, para uma saga histórica que marcou o cinema nos anos 80, é um pecado muito grave. Eu já estava esperando nas cenas de ação começar a tocar uma música do Linkin Park ou do System of a Down como trilha da aventura.

Não siga adiante se ainda não viu o filme. Estes exageros aparecem nos enormes blocos que se movem, a sala dos E.T.s com esqueletos de cristal, a destruição de uma cidade de pedra inteira e pra piorar, um enorme disco voador. E pra chorar de agonia e fazer qualquer múmia, cavaleiro do Graal ou nazista rolar na cova, a explicação é de que são seres interdimensionais!! Camon people!!! Dá pra cair nessa? Estragaram o final de um bom filme com um absurdo.

Pelo jeito o único que acertou com estes "Revivals" foi Stallone com Rocky (por que o novo Rambo não é bom) que manteve o mesmo clima do primeiro filme. Quando vão aprender que se quiser fazer um novo filme de uma saga clássica, seja simples, pense pequeno, não tente fazer o melhor filme da saga ou a melhor película de todos os tempos. É tiro no pé na certa.

O filme diverte, é muito bom e vale a pena ver, mas sugiro esperar passar na Tela Quente ou Sessão da Tarde (isso mesmo, uam turma do barulho arrumando muita confusão), pois não passa de um filme tipo "passatempo". Se quiser ver um filme bom veja um filme da produtora Marvel Studios que entra este ano com todo o gás na indústria de filmes de super-heróis. E rezem para que Spielberg e George Lucas susseguem o facho e voltem a fazer apenas os filmes adultos que começaram a fazer na década de 90.

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