CREB Botafogo Eu Não Vou Mais

sexta-feira, outubro 21, 2011

Há um mês torci o tornozelo sem melhora, por isso resolvi procurar especialistas em pé. Por incrível que pareça, entre Tijuca, Botafogo e Barra, só consegui marcar duas consultas, uma no COB e outra no CREB, Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo. Chegando hoje ao CREB às 8:05, 10 minutos de antecedência para uma consulta às 8:15, aguardei por 50 minutos.

Na recepção estava uma entrada e saída frenética de representantes farmacêuticos, estes que usam uma mala com rodinhas para apresentar remédios e amostras.

Não aguentei a demora no atendimento. Levantei e falei com a recepcionista. A atendente informou que a doutora ainda estava atendendo o primeiro paciente das oito. Na hora pensei, mas está atendendo às 8:55? Cerca de 03 minutos depois, me chamaram (o que me pareceu estranho, será que me esqueceram?). Me conformei, pois já esperava isso a partir de experiências passadas na clínica.

A médica não olhou ou manipulou o meu tornozelo, mas pediu uma ultrassonografia, exame feito na própria clínica. Eu relatei o que estava sentindo na lateral direita do tornozelo esquerdo e ela me explicou que eu deveria fazer a ultra para visualizar os ligamentos.

Quando fui na seção de ultrassonografia, havia 04 pessoas na minha frente. O médico que faz a ultra deveria ter chegado às 8:00, mas até as 9:00 não havia ninguém. As pessoas se acumulavam na sala de espera e a recepcionista da ultra falava baixinho ao telefone com um tal de Leo, pois estava preocupada com a situação de demora no atendimento e muitos pacientes estavam reclamando. Uma moça ao meu lado falava impaciente sobre quantas vezes já se estressou com a gerência da clínica.

Após ter terminado quase 50 páginas do livro que levei, desisti. Pedi de volta à recepcionista a guia Unimed para fazer a ultrassonografia em outra clínica. Ela não quis me devolver afirmando que já havia pedido a autorização. Como eu não havia assinado, não quis discutir. Falei que iria ligar para remarcar o exame e fui embora com o corpo queimando de raiva. Não liguei e nem voltei. Passei uma hora e 50 minutos no CREB, só tive uma consulta de 03 minutos e a médica nem olhou o meu tornozelo.

No lugar onde faço pilates, alguns amigos me contaram histórias sobre a clínica, principalmente sobre longas esperas e atendimento. Quando desloquei o ombro em 2004, fiz 20 sessões de fisioterapia no CREB, mas sem melhora (na época, pela manhã, só tinha uma fisioterapeuta para vários estagiários). Paguei R$ 50,00 por consulta em atendimento particular e em 05 sessões eu estava perfeito.

Por experiência própria e de amigos, eu não volto mais a esta clinica de ortopedia em Botafogo. Outros casos: (1) http://www.reclameaqui.com.br/4300987/; (2) http://www.reclameaqui.com.br/7220775/

[Atualização Maio/2013]
A diretoria do CREB ligou para mim este mês (um ano e meio depois do texto) se desculpando pelo ocorrido e convidando para verificar pessoalmente como a clínica melhorou. Ainda não tive a oportunidade de conferir, mas não sei se volto. Talvez esteja melhor, cabe a cada paciente julgar. Este comentário de atualização foi feito dando o direito de resposta ao CREB quanto ao texto escrito em 2011, visto que as empresas precisam de feedbacks como esse para melhorar os seus serviços.

[Atualização 08/Junho/2013]
Alguns relatos foram omitidos temporariamente devido a uma carta registrada recebida do advogado da instituição. O texto original está sendo revisado pelo autor junto a um representante jurídico. Por enquanto, todos os pontos citados na carta da instituição foram retirados e estão em análise.

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A Medicina está Morrendo

sábado, abril 09, 2011

Esta semana meu pai teve um aumento de pressão e foi colocado na UTI sob observação. Este é o motivo de começar a escrever. Entre amigos, familiares, médicos e profissionais da área de saúde com quem convivo, não paro de escutar como os hospitais, clínicias e médicos têm agido de forma incoerente com o próprio código que o CRM (Conselho Regional de Medicina) prega.

Tenho amigos que trabalham em planos de sáude e seguradoras e alguns que são médicos, e eles falam que hospitais na área onde moro como Santa Therezinha, a Rede Dor ('Dor), Hospital Pan Americano, Hospital Evangélico, todos sofrem auditorias dos planos de saúde por causa de colocarem pessoas no CTI, pequenas cirurgias, exames, etc. Já percebeu a bateria de exames que pedem pra fazer, exames estes realizados dentro da própria clínica ou hospital?

Outra vez fui ao médico Leo Portnoi, um dos donos de uma clínica na Tijuca, IOT, Instituto Ortopédico da Tijuca, ex-presidente do Clube Monte Sinai e ex-chefe da ortopedia do hospital Quinta Dor. Ele operou meu joelho em 2003 e em 2009 o ligamento cruzado anterior, LCA, já tinha afroxado. Voltei na clínica e ele me disse que estava normal e passou um antiflamatório. Duas semana depois a mesma dor. Fui a um médico no Leblon e ele me mostrou claramente que meu joelho estava "solto". Fui a outro médico no COB Botafogo que disse a mesma coisa. Veja bem, o Leo Portnoi três semanas antes havia dito que o joelho estava normal e passou antiflamatórios. Quando o achei e o questionei pelo Facebook, ele afirmou que isto é normal, que isto acontece com algumas pessoas (o que não é o que dizem artigos científicos publicados em periódicos da área e nem os médicos que fui consultar depois).

Voltando a história. Meu pai foi internado e no mesmo dia o colocaram no CTI. Ele havia desmaiado, mas naquele momento já estava lúcido, falando, um pouco agitado. A ambulância do plano de saúde Eletros da Eletrobrás demorou 02 horas para chegar e levou ele para o hospital Prontocor no Largo da Segunda-feira, zona norte do Rio de Janeiro. Ele foi internado ainda sem um diagnóstico, mas pelo seu histórico médico, acabou ficando lá.

No dia seguinte minha mãe foi visitá-lo e ele estava normal, conversando, calmo e consciente, só reclamava de ter que ficar deitado o tempo todo e da falta de comida. Segundo a médica, vários exames ainda estavam sendo feitos. Hoje, para nossa surpresa, meu pai estava completamente dopado. As técnicas em enfermagem que ficam no CTI (isso mesmo, somente uma médica para várias técnicas de enfermagem em uma unidade de tratamento intensivo - nada contra os técnicos, mas não deveria ter mais médicos e uma enfermeira formada supervisionando o trabalho em um local tão grande?). Disseram que ele ficou muito agitado durante a noite, queria levantar e não deixava ninguém dar banho nele, por isso deram uma injeção com algo que não quiseram dizer o que era.

A médica que nos atendeu depois do período de visita afirmou a mesma coisa, uma história sem detalhes. Afirmou que o que ele teve é normal e é chamado de "Síndrome do Confinamento". Síndrome? Uma pessoa calma que ficou uma noite só no hospital, na manhã do dia seguinte já apresenta uma "Síndrome"? E se este é o caso e o problema é conhecido, por que não há um psiquiatra ou psicólogo de plantão no CTI para lidar com estes casos?

Se o caso foi na madrugada, por que às 15:00 do dia seguinte meu pai ainda estava dopado? Que remédio deram pra ele ficar assim? Qual o diagnóstico ou possíveis diagnósticos? O que ele teve? Se ainda não sabem o diagnóstico, o que estão fazendo de exames e pesquisa? Se não estão fazendo exames, por que estão mantendo ele no CTI e não em um quarto? Se disseram que ele tomou suco de manhã, como ele tomou suco naquele estado dopado e enrolando a língua com as mãos amarradas a cama? Canudinho? O Prontocor Tijuca e os profissionais do CTI não responderam.

O caso é, achei tudo muito estranho, inclusive as respostas vazias da médica do Prontocor Tijuca. Os médicos têm tratado os pacientes e familiares como se fossem bobos, ou seja, leigos que não merecem ouvir termos técnicos. Fico indignado com a forma como escondem informações ou nos tratam como individuos ignorantes que não sabem nada de medicina. Só consigo encarar isso como uma sensação de superioridade do profissional ou medo do hospital ser autuado caso algo seja feito sem necessidade ou o paciente sofra algum mal.

Eu não confio mais em hospitais e médicos fora do meu circulo pessoal e indicações. Tenho um clínico, uma dermatologista e o meu pediatra da época de criança em quem confio, mas o restante, já entro em qualquer insituição de saúde duvidando de tudo e de todos, não só por causa da ganância, mas também da competência e índole. Será que eles não pensam que mesmo o paciente estando bem, todo esse processo de UTIs, CTIs, é extremamente traumático e isto coloca o paciente em um estado depressivo que só acelera a queda? Será que pensam que não vamos ter consciência e empatia com os profissionais e com a instituição se houver ocultamento de informações ou improibidade médica?

O médico pesquisador, aquele que estudava para descobrir causas, este não existe mais. Os médicos só se baseiam nos conhecimentos de faculdade e de especializações, mas no dia-a-dia não pesquisam nada de seus pacientes, oferecendo diagnósticos como receitas de bolo, "se os sintomas são esses, então pode ser isso ou isso...se apareceu isso também, então é isso". É tudo corrido para atender cada paciente em menos de 10 minutos e cobrar uma fortuna. Mesmo que a desculpa seja o pouco que pagam os planos de saúde, isto não é motivo para brincar com uma vida ou ser negligente.

São os erros, o "pré-conceito" contra nosso conhecimento, a demora no atendimento, cada instituição e profissional tem um problema diferente, senão todos. Mas isto a cada dia me deixa mais triste e tenso com o que pode acontecer quando paro frente a um profissional de saúde desconhecido ou que só tem a "fama" e diplomas na parede (de que adianta frequentar congressos?). Será essa uma forma de os médicos mandarem que a gente se cuide melhor para não ter que visitá-los mais? Um programa do governo para as pessoas começarem a ter uma vida saudável? Pois parece, por que a motivação dos profissionais em ajudar o outro não existe mais, nem nos hospitais particulares...

Antes de cirurgias, de internações, de procurar um profissional, pesquise na internet (Google, Reclame Aqui, etc.), converse com os planos de saúde (principalmente áreas de auditoria se possível), mas não confie em diplomas em cima da mesa, em prêmios "jabá" de clinicas e hospitais, em tamanho do hospital, em aparência da clínica, não confie em nada disso. Confie na experiêcia de outros pacientes.

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