Crítica: Dia que a Terra Parou

domingo, janeiro 18, 2009

Apesar de já conhecer a história de O Dia em que a Terra Parou pelo filme de Robert Wise, fui ao cinema já um pouco desconfiado: - Vamos lá, outro filme catástrofe no estilo Roland Emmerich. Entretanto foi bom pegarem um diretor que não tem experiência com este tipo de filme (apesar de Scott Derrickson ter feito desastres como Hellraiser Inferno e Lenda Urbana). Com Derrickson no comando o filme ficou bem diferente e com menos clichês do que normalmente costumamos ver. Claro que as ridículas cenas sem nexo estão lá, mas bem menos exageradas ou engraçadinhas.

Tanto quanto ver Cate Blanchet em Benjamim Button, ver a linda Jennifer Connelly logo no inicio do filme é um colirio para os olhos e tem um sabor de infância por lembrar da Sarah de Labirinto, a Deborah de Era Uma Vez na América e a Jenny de Rocketeer. Claro que é um pouco de "forçação" ter Jaden Smith no meio da história (trazendo aquele dramazinho desnecessário de filho adotivo), o protagonista da série de Mad Men como um cientista "pintoso" (fala sério né...cientistas que não são excêntricos?) e ainda o Monty Python John Cleese como um matemático (ring, ding, ding, ding Mr. Hilter!). Keanu Reeves até está legal e sério como um Spock pacifista, mas sua atuação lembra bastante seus personagens em filmes de ação e ficção cientifica.

O filme vale a pena de se ver, mesmo com as falhas que descrevi abaixo. Se não quiser saber das falhas, pule para o final do post. Agora vamos para as "balelas" de filmes hollywoodianos, shall we?

  • Quando a mãe liga para Jaden para que ele se esconda, a resposta do menino é que é mentira pois não está na tv (isso é quase verdade, o "povão" realmente acha que tudo na tv é real e indiscutível);
  • Quando a nave desce na área aberta do Central Park (Manhattan, a nova Tokyo) no fim da noite, há dezenas de pessoas, adultos, crianças e idosos, carregando bolsas e passeando... quem em sã consciência estaria no Central Park no meio da noite dando uma voltinha com bolsas de compras? Bem, eles precisavam de alguém para correr né?;
  • Quando o desastre acontece são chamados cientistas de diferentes nacionalidades, indianos, árabes, japoneses, chineses e alguns americanos (por que não todos americanos ou algum inglês?);
  • O alienígena Klaatu pede para Helen parar em frente ao McDonald's! Pelo amor de Deus, quanto o Mc Donald's pagou para aparecer neste filme? Os aliens são fãs da dieta do palhaço?;
  • Os EUA no filme desenvolvem novas tecnologias e as fabricam em questão de dias, inclusive as grandes placas para envolver o robô humanóide e a câmara de incineração;
  • Você ficou desesperado pelas ruas do Brasil quando o Bin Laden derrubou as torres gêmeas? Então por que o mundo inteiro entra em pânico quando tem uma nave espacial no Central Park?;
  • Por que quando a energia elétrica acaba nas cidades ela apaga um prédio de cada vez, janela por janela? Por que não dá blecaute geral com tudo apagando ao mesmo tempo de uma vez só?;
  • O alien era meio coração mole né? Ele mudou de idéia só por causa da mãe adotiva e do garotinho? Aliás, ele era o líder para cancelar alguma coisa? Quem toma as decisões no planeta dele?;
  • Por que o design do robôzão é tão tosco e humanóide? Não estamos mais nos anos 50 e Steampunk não tem mais graça!;
  • Você já ouviu falar de astrobiólogos que estudam sinais de vida em astros (outros planetas e afins?). De repente até existe essa profissão, não sei...;
  • A piadinha do menino Jaden para não machucar o policial foi extremamente previsível...;
  • Não entendi por que eles não encontraram os cadáveres dos personagens de Cloverfield, afinal eles resolveram se esconder no mesmo local no final do filme... copiar cena de outro filme é "brabo" hein Mr. Derrisckson.
O filme é bom, mesmo com seus problemas, é diversão pipoca garantida. Claro que não é um filme que atravessa décadas como os dos anos 80, mas vale as 2 horas. A idéia de substituir a nave espacial de 1951 por uma esfera de energia também foi muito criativa e uma boa "previsão" do que podem vir a ser os meios de transporte daqui a mil anos.

Veja também a resenha do site Omelete. Abaixo crítica da Veja.



- Xandre Lima - Imprimir esta página

9 comentários:

Juca disse...

to afim de assistir mas tbm to meio desconfiado. Esperando a glr resolver ir pra eu ir junto.

@qFernando disse...

nosa, esse blog eh incrivel, adorei..gosto de cinema...pena que eh tao caro, se não iría com mais frequencia!..parabéns pelo blog

UltimateRo disse...

Blog mto bom! gosto mto de desgin espero encontrar mais coisas aqui!

ੴ₮ℍαʆι₮α ωαʆʆ€ѕкαੴ disse...

ja assistir o filme
eh massa!




http://thalita-gloss.blogspot.com/

Vanessa Daltro Leite Medeiros disse...

eu assisti, é legal, tem umas citações muito boas.
e ah, diferentemente do 'Nunes,Fer!' aqui na minha cidade[zinha] é bem baratinho o cinema, tem dias que é 3 ou 4 conto :D, boa parte da população pode ter acesso e isso é ótimo, um assunto a ser discutido pelos governantes responsáveis pela cultura do nosso Brasil é um absurdo as pessoas não freqüentarem sempre o cinema pelo preço da entrada :]

Anônimo disse...

Muito bom...sou um grande fã de cinema tbem....

Rubra disse...

Gostei, gostei! O filme também vi, muito legal.

Anorexic disse...

Sujestao anotada (:

Anônimo disse...

Este filme é uma heresia ao bom cinema. Como um mínimo sinal de respeito deveriam dar um nome diferente e evitar qualquer menção de refilmagem. Roteiro ridículo, atuações medíocres, efeitos especiais totalmente não verossímeis, enfim, uma real catástrofe, diferentemente da mal encenada destruição que o filme mostra. E qual a mensagem? O original de Robert Wise tinha uma - antibelicista ainda que autoritária - e a violência seria utilizada como último recurso e não surge intencionada, gratuita e em grandes dimensões. E este? ambientalista em que? A moral da história, ridiculamente piegas, é de que o homem vai se redimir e não destruir o meio ambiente. A justificativa? Pergunte ao autor do roteiro ou diretor do filme, que deveriam ser sacrificados lentamente (comidos internamente por insetos metálicos, como sugerem) para não cometerem mais crimes como este contra a arte e bom gosto.

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