Quem me conhece sabe que não sou muito fã de filmes nacionais, principalmente por causa da falta de experiência dos atores nacionais com o cinema, trazendo aquelas interpretações falsas e exageradas para a tela grande, o que não tem nada a ver...
+ Continue a ler este textoMorre Dercy Gonçalves
domingo, julho 20, 2008
Efeitos Não-digitais
terça-feira, julho 15, 2008
Hoje em dia é moleza falar sobre efeitos especiais no Brasil principalmente por causa de comerciais conhecidos com tartarugas dançantes, filmes como O Coronel e o Lobisomem, produções da Globo com um fantástico trabalho de compositing ou até mesmo os Mutantes da TV Record (bem, nem tudo tem tem qualidade, muitos deixam óbvio de forma tosca o uso do 3D, mas vale a tentativa).
Entretanto efeitos especiais , como sabem os entusiastas, não é feito só de pixels e polígonos, e nem de cromaquis verdes e azuis nos softwares Inferno, Combustion ou Motion. Efeitos deslizam desde simples objetos de cena até as mais complexas maquiagens, fantoches, cenas de ação, acidentes, dublês, fachadas de cidades, robôs, plataformas hidráulicas, tanques para filmagem de ocenanos, pirotecnica, sonoplastia, entre outros efeitos que passam despercebidos hoje em dia se não tiverem o brilho da renderização (que até hoje evita cenários abertos e claros pois os modelos 3D ficam mais que evidentes).
O Brasil entretanto não está longe desta realidade. Pelo contrário. Desde muito tempo, dos filmes de Zé do Caixão aos Trapalhões, das produções da Globo aos infantis do SBT, os efeitos chamados "mecânicos", as maquiagens especiais (como as de Rick Baker?), sonoplastia, e as famosas props são utilizadas aqui desde muito tempo. Pode-se citar alguns nomes no Brasil como Eric Rzepecki (maquiagem), Antônio Faya (sonoplastia) e Gabriel Queiroz (efeitos mecânicos, bonecos e miniaturas). Infelizmente só tenho infrmações sobre Gabriel Queiroz. Tentei pegar o minimo de informações possível da internet e mais de livros e arquivo.
Gabriel Queiroz começou em 1967 e durante muito tempo foi responsável pelo núcleo de efeitos especiais da Rede Globo. Possui trabalhos memoráveis como a explosão da Dona Redonda (é, também não é da minha época), flechadas na novela A Rainha Louca, capotagem de carros, incêndios cenográficos, explosões grandes e pequenas (reais e com miniaturas) e os trabalhos ao lado de Phillipe Laurente como em Pindorama e Sinal de Alerta. Mais informações podem ser encontradas no livro Melhores Momentos: A Telenovela Brasileira ou entrem em contato comigo que eu passo mais detalhes.
Bem, eu nunca fui muito fã de novelas, mas sem dúvida era um espectador assíduo da finada TV Colosso. Um trabalho incrivel feito com a ajuda de magos amercianos e ingleses com experiência em programas como o Muppet Show e Sesame Street (não é o Vila Sésamo da Sônia Braga não hein! Que aliás não é da minha época! rs...). Como estamos falando de efeitos mecânicos, os puppeteers, ou titereiros, não podiam ficar de fora. Roberto Dornelles e Billy Accioly fizeram um trabalho incrível na produção do programa com a parceria de empresas como a Inventiva (http://www.inventiva.com.br/), o grupo 100 Modos de Teatro de Bonecos, Criadores e Criaturas, não esquecendo do diretor Luiz Ferré.
Vocês não sabem como é dificil encontrar material sobre isto no Brasil, mas posso citar para terminar a Fixxon (http://www.fixxon.com.br/) ... Pode deixar que a busca continua e fiquem ligados aqui no blog para atualizações. Vou tentar descobrir quem mais fez e/ou faz efeitos não-digitais no Brasil. Se souberem de algo me passem que irei publicar aqui mesmo.
Veja Videos de efeitos especiais: http://www.youtube.com/view_play_list?p=437357C02690CB16
Crítica: A Outra (The Other Boleyn Girl)
sexta-feira, julho 04, 2008
Já sabia há algum tempo sobre o filme "A Outra" (The Other Boleyn Girl) por causa de Natalie Portman, uma excelente atriz e uma pessoa super inteligente e simpática (formada em psicologia, a menina fala diversas línguas e é bem engraçada, como pude ver na entrevista com James Lipton no Inside the Actors Studio). Entretanto estava adiando ver este filme e quase o perdi no cinema. Normalmente filmes assim, quando não vejo no cinema, acabo não vendo em lugar algum pois não sou muito fã de locadoras como era na minha infância.
Apesar do defeito de tentar mostrar uma outra época e cultura com trejeitos e comportamentos que provavelmente só surgiram na "cultura humana" no século XX, principalmente após as duas grandes guerras, o filme é uma aula de teatro, uma aula de interpretação, uma trama muito bem arquitetada e uma romantização de uma história trágica que é amenizada em um drama de qualidade.
Quando me refiro a "cultura humana" me refiro ao modo de pensar, ao modo de tratar as mulheres, o modo de comer, o jeito de se mover, as idéias da época e a romantização do amor romântico, típica do ocidente do pós-guerra e não de uma época em que a vida era dura, cruel, dificil e traiçoeira.
Já havia visto o documentário da BBC sobre as esposas de Henrique VIII, na verdade conheci a história na minha adolescência quando na ânsia de adquirir álbuns de artistas de rock progressivo tive contato com a banda de Jon Aderson chamada YES, consequentemente depois comprei algumas obras do tecladista e pianista de rock Rick Wakeman. Wakeman tem um álbum todo dedicado as esposas de Henrique VIII, Ana bolena, Catarina de Aragão, Jane Seymour, etc. um pouco antes de sair o filme também pude ler o livro de Antonia Fraser traduzido para o português.
O tema portanto não me é novo, mas vê-lo sob a ótica do cinema sempre é uma experiência diferente, principalmente por que ádaptações para a grande tela tendem a modificar pontos históricos importantes, apesar de muitas vezes não serem relevantes (por exemplo em Elizabeth com Cate Blanchet, na época de Elizabeth ninguém usava a cor azul nas roupas mas o diretor insistiu que o figurino fosse feito destacando o azul, totalmente contra a retratação fiel da época).
Ainda não sei por que o brasileiro é meio burrinho e fica querendo traduzir nomes próprios como Nova York, Hamburgo, Munique, etc., mas nome de gente é pior ainda... A inglesa Anne Boleyn recebe o nome de Ana Bolena nas midias nacionais, mas isso não é importante hoje. Anne Boleyn foi a segunda esposa de Henrique VIII, irmã de Mary Boleyn (amante do rei) e mãe da mulher que se tornaria a maior rainha de todos os tempos, a ruiva Elizabeth.
Na verdade Anne era mais nova que Mary e não era considerada muito atraente, apesar de no filme mostrarem o contrário. Anne entretanto foi uma mulher de personaldiade forte e muito carismática que foi responsável por uma aproximação forte entre França e inglaterra no século XVI.
Lamentável é que os cinemas do grupo estação no Rio de Janeiro apresentam seus filmes como se fossem aquelas fitas de locadora adaptadas para passar em uma TV de tubo de tela quadrada. Nenhum dos filmes que vi ultimamente nos cinemas do Grupo Estação preenchiam toda a tela do cinema, apenas o centro da tela, mostrando uma imagem quadrada, talvez até mesmo cortada nas lateriais, perdendo aquele efeito do verdadeiro cinema, o "Widescreen".
As Plantas Contra-atacam
quinta-feira, julho 03, 2008
"Fim dos Tempos", ou "What happened to The Hapenning"? Apesar dos pequenos clichês inseridos de forma sutil na trama e de cenas inverossímeis para um filme que se propõe a mostrar algo de estranho invadindo a vida real, Fim dos Tempos é um bom filme. Claro que a escolha do título pela distribuidora mais uma vez ganha o prêmio de cagada do ano (que são muitas durante todo o ano). Ainda acham que o público brasileiro é estúpido para entender um nome que não explica o conteúdo do filme. Bem, o nome do filme em inglês é "The Happening", ou O Acontecimento, O Evento, ou até mesmo A Aparição dava pra engolir (apesar de ser o nome dado àquele filme do Charlie Sheen que passava no SBT quando você era criança). Mas o titulo escolhido não tem absolutamente nada a ver com o conceito do filme.
M. Night Shyamalan é um diretor de um filme só (lê-se O Sexto Sentido), e mesmo tentando ele não consegue emplacar um ótimo filme novamente. Claro que alguns vão gostar, mas quem gosta de filme assim são pessoas que vão ao cinema só para passar o tempo, no máximo uma vez por mês e sem a capacidade de desenvolver uma visão crítica ou comparativa dos filmes ou midias que vê, lê ou escuta.
Entretanto foi ótimo conhecer o "conceito" do filme, mesmo que não tenha atendido às expectativas. A idéia é muito boa, porém mal desenvolvida, especialmente no que tange às explicações cientificas do fenômeno. Coisa básica que Spielberg sabe desde Contatos imediatos e Jurassic Park, não basta um diretor e/ou roteirista escrever um roteiro, as informações cientificas contidas na película não podem ser explicações de livros de 2º Grau... Eles ainda têm a coragem de colocar uma espécie de especialista aparecendo em jornais de TV durante o filme falando coisas primárias como Maré Vermelha, o vento bate e árvore libera sementes, coisas desse tipo... É absurdo não haver uma pesquisa para pelo menos utilizar termos científicos a nível universitário e teorias atuais. O roteiro inteiro é baseado no que Shyamalan se lembra da escola.
Para terminar é sempre um prazer ver a linda Zooey Deschanel no cinema, os grandes olhos azuis em tela gigante que me deixam maluco! O papel dela no filme é totalmente diferente das personagens que ela interpretou em outros filmes, sempre sarcásticas, irônicas e cheias de atitude. Foi mais o papel mesmo da Girly Girl esperando ser salva pelo pacato Mark Walhberg. Pena que o John Leguizamo apareceu tão pouco, pois é um ator fantástico mal aproveitado pelo cinema americano, talvez por seu visual latino sem apelo às mulheres como Antônio Bandeiras (vai acontecer a mesma coisa com Javier Barden, vocês vão ver, logo vai ser colocado sempre em papéis de coadjuvante).
(1) http://www.omelete.com.br
(2) http://www.collider.com/
(3) Early Review