Morre Michael Crichton

quinta-feira, novembro 06, 2008

Quando eu tinha 14 anos ainda queria muito trabalhar com cinema. Ficava fascinado com os efeitos especiais, pirotecnia, miniaturas, maquiagem, monstros, robôs hidráulicos e tudo mais que criava a magia do cinema. Nem preciso dizer que quando tinha 14 anos fiquei meio deslumbrado com toda aquela tecnologia utilizada para trazer a vida os dinossauros de Jurassic Park, filme baseado no best-seller de Michael Crichton. Como bom viciado em mídias desde pequeno, comprei o livro antes do lançamento do filme por que sabia que ia sair a película, e vejam só, acabei devorando 300 das 500 páginas do livro em apenas uma noite.

Em tempos em que mentirosos como Dan Brown escrevem livros populares utilizando falsas informações como marketing de vendas, Michael era médico de verdade, e mesmo quando suas verdades não eram reais, ele nunca negava a ficção de suas palavras. Hoje pessoas que nunca tocavam em um livro, que não liam livros na escola e que adoram publicações de auto-ajuda, vivem comprando best-sellers do momento como Código Da Vinci ou Marley e Eu, mas perderam a melhor época da recente literatura de ficção por ignorarem (como ignorância) os melhores escritores dos anos 80 e 90 que quase nunca saíam na mídia. Crichton sem dúvida foi fantástico.

Michael Crichton, que também é o criador de Plantão Médico (ER), morreu nesta terça-feira aos 66 anos, vítima de câncer. Nascido em Chicago em 1942, Crichton era filho de um jornalista e publicou seu primeiro texto no New York Times aos 14 anos. Em 1960 entrou em Harvard com o objetivo de se tornar escritor, mas mudou para antropologia quando seu estilo foi criticado por um professor. Após completar antropologia e passar um ano como conferencista em Cambridge, voltou aos Estados Unidos para estudar medicina em Harvard e escrever oito livros sob o pseudônimo de John Lange. O autor também usou o pseudônimo de Jeffery Hudson e chegou a trabalhar como médico um ano no Salk Institute antes de se dedicar à carreira de escritor em tempo integral

Eu tinha tudo de Jurassic Park, desde camisas e livros até maquetes e revistas especializadas. Não tinha passado por este vício desde o primeiro Batman de Tim Burton em 1988. Quando fui a Universal Studios na Florida, a excursão não ia ao local de Jurassic Park, portanto entrei numa discussão com o os guias de que eu, com 15 anos, havia pago uma viagem caríssima e não ia ver o que eu mais queria. Deixei eles lá onde estavam e fui sozinho, tirei fotos com os carros e com os modelos em tamanho real utilizados no filme escrito por Crichton.

Desde Odds On, O Homem Terminal até Jurassic Park e Next, os livros de Crichton deixam sua incrível capacidade de criar hisórias e envolver o leitor. Muitos filmes ainda vão sair baseados em seus livros, e acredito que Stan Winston e Crichton estejam só esperando a morte de Spielberg para fazer mais um grande blockbuster no céu.

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