Crítica: A Outra (The Other Boleyn Girl)

sexta-feira, julho 04, 2008

Já sabia há algum tempo sobre o filme "A Outra" (The Other Boleyn Girl) por causa de Natalie Portman, uma excelente atriz e uma pessoa super inteligente e simpática (formada em psicologia, a menina fala diversas línguas e é bem engraçada, como pude ver na entrevista com James Lipton no Inside the Actors Studio). Entretanto estava adiando ver este filme e quase o perdi no cinema. Normalmente filmes assim, quando não vejo no cinema, acabo não vendo em lugar algum pois não sou muito fã de locadoras como era na minha infância.

Apesar do defeito de tentar mostrar uma outra época e cultura com trejeitos e comportamentos que provavelmente só surgiram na "cultura humana" no século XX, principalmente após as duas grandes guerras, o filme é uma aula de teatro, uma aula de interpretação, uma trama muito bem arquitetada e uma romantização de uma história trágica que é amenizada em um drama de qualidade.

Quando me refiro a "cultura humana" me refiro ao modo de pensar, ao modo de tratar as mulheres, o modo de comer, o jeito de se mover, as idéias da época e a romantização do amor romântico, típica do ocidente do pós-guerra e não de uma época em que a vida era dura, cruel, dificil e traiçoeira.

Já havia visto o documentário da BBC sobre as esposas de Henrique VIII, na verdade conheci a história na minha adolescência quando na ânsia de adquirir álbuns de artistas de rock progressivo tive contato com a banda de Jon Aderson chamada YES, consequentemente depois comprei algumas obras do tecladista e pianista de rock Rick Wakeman. Wakeman tem um álbum todo dedicado as esposas de Henrique VIII, Ana bolena, Catarina de Aragão, Jane Seymour, etc. um pouco antes de sair o filme também pude ler o livro de Antonia Fraser traduzido para o português.

O tema portanto não me é novo, mas vê-lo sob a ótica do cinema sempre é uma experiência diferente, principalmente por que ádaptações para a grande tela tendem a modificar pontos históricos importantes, apesar de muitas vezes não serem relevantes (por exemplo em Elizabeth com Cate Blanchet, na época de Elizabeth ninguém usava a cor azul nas roupas mas o diretor insistiu que o figurino fosse feito destacando o azul, totalmente contra a retratação fiel da época).

Ainda não sei por que o brasileiro é meio burrinho e fica querendo traduzir nomes próprios como Nova York, Hamburgo, Munique, etc., mas nome de gente é pior ainda... A inglesa Anne Boleyn recebe o nome de Ana Bolena nas midias nacionais, mas isso não é importante hoje. Anne Boleyn foi a segunda esposa de Henrique VIII, irmã de Mary Boleyn (amante do rei) e mãe da mulher que se tornaria a maior rainha de todos os tempos, a ruiva Elizabeth.

Na verdade Anne era mais nova que Mary e não era considerada muito atraente, apesar de no filme mostrarem o contrário. Anne entretanto foi uma mulher de personaldiade forte e muito carismática que foi responsável por uma aproximação forte entre França e inglaterra no século XVI.

Lamentável é que os cinemas do grupo estação no Rio de Janeiro apresentam seus filmes como se fossem aquelas fitas de locadora adaptadas para passar em uma TV de tubo de tela quadrada. Nenhum dos filmes que vi ultimamente nos cinemas do Grupo Estação preenchiam toda a tela do cinema, apenas o centro da tela, mostrando uma imagem quadrada, talvez até mesmo cortada nas lateriais, perdendo aquele efeito do verdadeiro cinema, o "Widescreen".

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