Por que não Escrevi e Filmes que vi...

terça-feira, outubro 07, 2008

Tá com preguiça de ler o post todo? Passa direto para os filmes lá embaixo. Otherwise, leia tudo que é bem interessante. Antes de tudo deixo minha tristeza pelo cinema e o mundo da arte ter perdido mais uma grande personalidade este ano, Paul Newman. Minha primeira reação ao receber a notícia foi rever Butch Cassidy and The Sundance Kid. Sempre lembrarei mais de Sir Newman pelo filme Golpe de Mestre (Entertainer, The) que eu via quando era pequeno sem entender nada só para poder escutar a trilha sonora de Scott Joplin...

Muitos me perguntam se não fui mais ao cinema, se não vi mais exposíções, se parei de ler livros, de acompanhar a indústria de entretenimento ou de estudar design, mas afirmo que continuo firme e forte no caminho do espetáculo, criando e vendo criações! Confesso que após o mestrado sofro de um bloqueio criativo, mas o que bateu forte mesmo foi a preguiça de publicar novos posts aqui no blog, coisa que estou consertando hoje mesmo para que todos os leitores que descobri que tenho (pois é, o Google Analytics serve pra alguma coisa) não fiquem chupando o dedo atrás de novas resenhas, novidades e tutoriais (em breve tutoriais bem legais baseados em meus trabalhos conceituais).

Bem, antes de comentar os filmes que vi nos últimos meses, tenho algumas sugestões para quem gosta de arte e entretenimento. Como um bom adulto (será?) parei de comprar gibis, mas infelizmente continuo sustentando os jornaleiros recolhendo revistas de artes e design, nacionais e importadas. Recomendo as revistas Computer Arts Brasil (arte digital), Www.com.br (web, design e desenvolvimento), Photoshop Creative (Portugal), Cinefex (a mais famosa revista de efeitos especiais do mundo), Computer Graphics World (EUA), Computer Graphics (periódico do IEEE) e a fantástica revista nacional Zupi que traz trabalhos maravilhosos de artistas modernos, desde o grafite, pinturas e colagens até o 3D.

Como bom curioso compro também as revistas medianas (com pouco conteúdo de qualidade), entre elas a Digital Designer (que já foi boa mas hoje está sofrível e com "reportagens pagas", onde já se viu fazer matéria sobre um curso em uma universidade específica ou apresentar o tutorial de um software mostrando a embalagem do produto nas páginas?) e a WebDesign (que trás mais propaganda de agências do que informações relevantes). Sinto falta da revista Aqua de natação, mas esportes não são muito valorizados no Brasil a não ser em época olímpiadas né... Acho que eles faliram.

Quanto a livros estou tentando ler até o final o livro Criatividade e Grupos Criativos do Domenico De Masi (tentando pois Domenico é um chato por que até chegar no ponto foco, ele explica desde de o surgimento da primeira ameba na terra) e puxando algumas coisas sobre marketing digital (não custa nada aprender por que está todo mundo errando na internet brasileira... internet é viral meu Deus! Não é catálogo pra ficar online e ninguém acessar!) . Além disso comprei uns livros da série Icons da Taschen na Amazon que são muito legais, mas é só pra ver figura mesmo, trabalhos de artistas do mundo inteiro.

Quanto ao mundo do entretenimento (lê-se TV e internet), escutei novas bandas, fiz downloads, descobri coisas que todo mundo já conhecia, ouvi o álbum novo do Metallica, redescobri John Scatman, Tom Cochrane, Roy Orbinson e Concrete Blonde e ainda vi algumas séries, com destaque para Chuck, Tudors e Masters of Horror (excelente série de horror com episódios dirigidos por diretores famosos como Dario Argento, George Romero, John Carpenter, Joe Dante, John Landis entre outros).

Depois disso tudo ainda arranjo tempo para brincar com meu cubo de Rubik (o cubo mágico matemático colorido, lembra?) e pra ver a exposição BodyWorks no Museu Histórico Nacional. Mas o que vocês estão curiosos para saber são os filmes não é? Pois a lista é grande e este post já está enorme portanto vá direto para as minhas opiniões abaixo (um pouco distorcidas pois pelas datas dá pra perceber que muitos detalhes do momento eu esqueci).

11/09 - Ao Entardecer (Evening, 2007)

De vez em quando algum diretor(a) resolve fazer um filme com diversas atrizes do primeiro escalão de Hollywood como Glenn Close, Meryl Streep, Vanessa Redgrave, Mia Farrow, Anjelica Houston e as mais novas que já se tornaram clássicas como Toni Collette, Natascha Richardson, Claire Danes, Natalie Portman, entre outras. Este filme trás mais uma vez esta fórmula trazendo algumas destas atrizes intepretando as mesmas personagens em épocas diferentes.

O que o filme traz é a pergunta que muita mulher deve se fazer na vida adulta: "-e se eu tivesse tentado ser feliz com o cara que me amava de verdade ao invés de escolher o caminho errado com outro, o caminho da sedução, da conformidade e das escolhas da juventude?". O filme mostra uma mulher que sofre por ter feito esta escolha mostrando que apesar de todo conforto, bens materiais, aparência e segurança que suas escolhas deram pra ela, ela nunca foi realmente feliz em nenhum de seus relacionamentos. O pior é que a pessoa que mais podia amá-la incodicionalmente, enfrenta um problema na juventude que irá impedir que ela o encontre novamente.

Vale muito a pena ver o filme, principalmente pela bela Claire Danes com roupas de época, uma época e lugar onde eu gostaria de ter nascido... As veteranas do cinema também estão impecáveis muitas vezes fazendo-nos esquecer que a personagem envelheceu, pois os trejeitos da atriz jovem e das clássicas são muito parecidos. Não recomendo ver nenhum filme em DVD em casa, se puder assista no cinema para aproveitar o máximo da fotografia e closes do filme.

28/08 - O Procurado (Wanted, 2008)

Quando disse que parei de ler revistas em quadrinhos, quis dizer de super-heróis. Claro que ainda leio os clássicos e a produção alternativa, e tive a felicidade de conhecer O Procurado primeiro nas páginas do gibi de Mark Millar. Apesar de manter apenas o tema, trocando a maior parte dos pontos da história, Procurado é um filme muito bom, entretenimento despretensioso, passatempo divertido e mentiras aceitáveis e incríveis de se ver na tela grande. A única coisa que estraga um pouco é a mania de Hollywood de usar heavy metal nas cenas de ação no lugar das trilhas sonoras instrumentais, e também a narração em off de James Mcavoy. Se não fosse isso seria perfeito. Mas vale a pena verm, principalmente se você vai ao cinema ou tem um bom sistema de som em casa. Atenção para as dezenas de referências no filme.

21/08 - Encarnação do Demônio, A

Quando era pequeno costumava ver os filmes de Zé do Caixão nos canais da TVE ou na madrugada, uma vez que meus pais não implicavam comigo ao ficar acordado até tarde. Devo ter visto os primeiros filmes quando tinha 11 ou 12 anos, e ambos me impressionaram bastante e até hoje quando vejo acho que o cinema brasileiro tinha um grande potencial que foi largado de mão na década de 70 para dar lugar a porcarias e diretores pseudo-intelectuais metidos a artista.

Não vou negar que a produção do filme me impressionou. As locações foram muito bem feitas, a fotografia é mutio boa, os ângulos de câmera surpeendem e mesmo os efeitos especiais são dignos de um episódio da série Masters of Horror. Mas como todo o filme brasileiro produzido em maior parte aqui, por pessoas daqui, a película sofre de alguns males, principalmente na interpretação falsa, forçada, sem graça e risível dos atores (incluindo Mojica). É um show de palavrões, frases feitas (forçadas demais para parecer real), jograis, interpretação de prompt (aquela que parece que o ator tá lendo um prompt que nem Jornal Nacional) e figurinos muitas vezes forçados para simular aspectos de terror do cinema americano (sem sucesso).

Vale a pena ver para conhecer o trabalho de efeitos visuais, cenários e edição, mas não serve como entretenimento. Zé do Caixão não é mais o mesmo, adoro os filmes antigos dele mas está na hora de aposentar a cartola. Acho que nós espectadores já estamos de saco cheio de diretores que passaram anos fora da cadeira e agora resolvem voltar achando que vão abafar (uma crítica construtiva a Mojica e George Lucas, experts em estragar seus personagens mais famosos).

18/08 - Star Wars: Clone Wars

Não vou negar que adoro animações. A cada ano as animações impressionam até mesmo nós artistas que trabalhamos com isso todo dia. Claro que existem níveis artísticos e também níveis de conteúdo, e esta diferença pude ver claramente no último Anima Mundi, principalmente ao ver os trabalhos de Juan Pablo Zaramella que são simples mas incrivelmente bem resolvidos com conteúdos de primeira.

Clone Wars é mais uma tentativa de George Lucas de negligenciar todas as suas idéias da época da USC (University of Southern California) para ganhar montanhas de dinheiro em cima de nerds e crianças. Lucas defendia na sua juventude os filmes artísticos, as histórias elaboradas e a independência, entretanto se entregou a indústria da pior forma possível, visto os 3 filmes do prelúdio de Star Wars que seriam totalmente repugnantes se não fosse o trabalho de artistas de design e figurino como Doug Chiang.

Isso não torna este filme ruim. O filme é uma introdução a série de desenhos do Cartoon Network e deixa isso bem claro por não ter começo, meio e nem fim. A animação parte do episódio II de Star Wars e mostra os Jedis tentando resolver um problema político desencadeado pelo General Dooku quando este sequestra o filho de Jabba, The Hutt. A história do desenho é bem melhor que a dos 3 primeiros filmes live-action da série, não sei nem por que fizeram essa escolha uma vez que torna as intrigas políticas mais evidentes, coisa que criança não entende. É bom ver que a história chegou a este ponto de mostrar algo realista em relação às maquinações de políticos, militares, gangues, corrupção e os próprios Jedis servindo como uma "polícia" do espaço.

O melhor na animação é a estética. O desenho é muito bonito mesmo, cada cena é de tirar o fôlego em termos de excelência artística. Os traços são estilizados na medida certa e os shaders e texturas utilizados na renderização dos modelos 3D dá um visual de uma pintura, bem parecido com livros infantis e desenhos de animação dos anos 80. Vale a pena ver Clone Wars mesmo que voê não goste da série, aproveite e leve seus filhos ou sobrinhos como desculpa para apreciar um dos melhores trabalhos de arte do ano. "May the force be with you".

13/08 - A Múmia 3: A Tumba do Imperador Dragão

Se você tem mais de 10 anos, não vá ver esse filme. Não que o filme seja ruim, mas provavelmente é um filme que você só aproveitaria com gosto se fosse ainda criança. A quantidade de clichês é assustadora, como descreveu um crítico do site Omelete: "O espectador consegue ver na sua frente os templates sendo preenchidos: entra cena de ação (explosão, frase engraçada, troca de tiros, frase engraçada), corta para elemento dramático (imperador ganha poderes de volta, coadjuvante explica em voz alta "o imperador está ganhando seus poderes de volta!"), fecha cena de ação (começa a avalanche na montanha, coadjuvante explica em voz alta "avalanche!"), corta para transição de set pieces (todos inexplicadamente a bordo de um avião), começa a cena de ação seguinte, e assim por diante.".

É como filmes tipo Massacre no Bairro Japonês ou o O Último Dragão (mesmo que os entusiastas queiram me enforcar, é verdade, vocês nunca achariam estes filmes fantásticos se tivessem visto pela primeira vez com mais de 20 anos). Mas com certeza seus filhos e/ou sobrinhos vão adorar, lembrar pro resto da vida e ainda te pedir para comprar bonecos de Rick O'Connell (Brendan Fraser, mais uma vez usando sua famosa peruca para esconder a calvíce). Teve muita coisa desnecessária como os Homens da Neve, as transformações do imperador em monstros de seriado japonês e mesmo o filho canastrão de Rick, mas vale a pena como passatempo caseiro. Os efeitos são um show a parte apesar de utilizados desnecessariamente. Lembre-se que eu vi este filme a 2 meses e ainda não havia comentado, por isso posso ter esquecido muita coisa.

04/08 - A Banda (Bikur Ha-tizmoret, 2007)

Vou ser sincero que desde que vi Gosto de Cereja, tenho um preconceito contra filmes vindos do Irã, Iraque, Egito ou Israel. Não que as histórias sejam ruins, pelo contrário, são extremamente originais e criativas, entretanto os filmes destes países possuem um estilo narrativo mais chato que propaganda eleitoral... É super parado, demora para acontecer alguma coisa, fica horas mostrando uma mesma cena, como se quisesse dizer que isso é "arte", que isso é para fazer o espectador "refletir" (conversinha intelectual de cinéfilo idiota que anda de aro grosso e gola rolê). Mas A Banda realmente me surpreendeu.

O filme narra a história de uma banda de músicos egípcios que viaja para Israel para tocar na comemoração de abertura de um centro árabe de artes. Porém o transporte não é enviado para a rodoviária eles são obrigados a encontrar a cidade de destino por conta própria, desta forma se perdendo e acabando em uma cidadezinha entregue às moscas e à personagens intrigantes e bem comuns que mostram o caráter, comportamento, felicidade e arrependimentos do ser humano.

O ator Sasson Gabai interpreta de forma fantástica o general, e sua relação de amizade com a dona do boteco (Ronit Elkabetz) da pequena cidade garantem os melhores momentos do filme. Os coadjuvantes também estão excelentes, garantindo boas risadas, cenas cômicas, drama e lágrimas. Uma boa metáfora sobre a esperança de um dia ver a união entre os povos daquela região. E como curiosidade nerd, Sasson Gabai não é um total desconhecido, o ator interpretou Mousa no filme Rambo III ao lado de Sylvester Stallone. É dele a famosa frase em Rambo: "God must love crazy people, he makes so many of them!". Não percam A Banda!

* As imagens reproduzidas são de direito dos respectivos artistas e estudios não podendo ser reproduzidas com fins comerciais a não ser na divulgação do trabalho. As imagens serão retiradas se requisitado pelos artistas e estudios.

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