Crítica - Valentino, Último Imperador

quinta-feira, outubro 09, 2008

Hoje mais uma vez fui ao cinema numa daquelas investidas a esmo onde não sei exatamente o que eu vou ver até sentar na cadeira. Como está acontecendo o Festival do Rio, isso piora a situação, pois são exibidos dezenas de filmes diferentes todos os dias o que torna imposível lembrar que você viu ou leu alguma coisa sobre um filme. O anúncio dizia, "Valentino, O Último Imperador", e como era o filme que estava começando naquela hora, fui ver esse mesmo.

Achava que era um filme de época como Sissi ou Ludwig, ou poderia ser até algo sobre um chefão qualquer, mas logo no inicio o que vi foi um desfile de moda (algo que até então não me atraía muito)... Pensei logo, "que diabos estou fazendo aqui?", mas logo vi que a meta da produção na forma de documentário era mostrar os últimos dias da carreira do estilista Valentino Garavani antes de se aposentar. O filme mostra a produção das comemorações dos 40 e 45 anos de carreira do artista e a sua relação com sua equipe de costureiras, marketeiros e principalmente seu amigo de longa data Giancarlo Giammetti.

Todo mundo conhece Valentino, mesmo que você não conheça a figura, conhece a marca. Valentino reforça o estereótipo que nós temos sobre estilistas, cabeleireiros e artistas, mas o que fica claro de forma sutil é o estrelismo do estilista ao lidar com suas obras, equié e seu sócio. Não que isso seja um defeito, Valentino é um pouco como eu, nunca acha que seu trabalho está bom o suficiente ou que suas festas estão perfeitas, mesmo quando todos a sua volta estão derramando elogios. No fim ele sempre percebe que tem a sua volta pessoas em que pode confiar, que trabalham para fazer a mais bela das peças, desde iluminação, cenários, roupas, as festas e desfiles se transformam em espetáculos nas mãos de Giammetti.

Mas a mensagem principal do filme é de alguém que nunca desistiu da criatividade, mesmo quando as coisas estavam ruins, Valentino nunca viu sua empresa como uma corporação mas sim como uma máquina de fazer arte. Isso fica claro na luta entre os antigos colaboradores e o novato que quer tratar tudo com números e campanhas de marketing. Valentino e Giammetti cortam a ganância, mesmo depois da venda da empresa, dizendo que o objetivo não são os números, a meta é ser fantástico! E esse deve ser o objetivo de todo profissional. Claro que você precisa de dinheiro para sobreviver, mas você só vai conseguir glória sendo fantástico, e para isso muito trabalho e criatividade já bastam! Eu quero ser um designer gráfico e de produtos fantástico e reconhecido algum dia, assim como Valentino é no mundo da moda: http://www.valentinomovie.com


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